Não vou entrar em detalhes, mas do ultimo texto pra cá aconteceram varias coisas péssimas envolvendo pessoas diferentes e situações diferentes. O substack não é o twitter nem o bluesky, não vou utilizar aqui pra choramingar da vida. Mas o que acontece é que isso me fez pensar muito no que significa apoiar uma outra pessoa e o que significa solidão perante a companhia dos outros.
Apoio em seu nível básico eu sei muito bem o que é, recebi um nível extraordinário dele no que poderia dizer que foi o momento mais importante da minha vida. Não me abandonaram quando podiam, vieram falar comigo, se aproximaram, me elogiaram, eu simplesmente sou abençoada e sei muito bem disso, jamais reclamaria de falta de apoio, pras coisas que chamarei de macro, de meus amigos e família. E, de fato, essa são as coisas mais importantes num geral. O problema, como sempre, está no micro.
O problema é quando você não pode recusar ajuda não solicitada sem que te achem prepotente, quando você não pode se chatear por algo se não é grosseira e/ou histérica, quando o direito de você ter a sua própria opinião é negado a favor de uma concepção prévia sobre sua pessoa, quando as pessoas tem receio de ficar do seu lado em um briga, mas nenhum bloqueio na hora da critica. São coisas pequenas, mas que em sua infinitude contribuem pra uma solidão, uma solidão mesmo estando em volta das pessoas que te amam e te apoiam. Não sei se é alguma síndrome de marionette, mas sinto que o apoio só vai até um nível onde você age como a pessoa quer e espera, quando você não ultrapassa algum limite arbitrário que ela tem em relação a sua atitude, atitude que muitas vezes nem afeta ela diretamente. O apoio me parece só ir até a quebra fácil da paz fraca que existe nas relações interpessoais.
Evidente que todo esse argumento pode servir pra eu me defender de criticas. Impossível eu sequer conseguir falar de uma forma objetiva que não é esse o caso, até porque muitas vezes pode de fato ser, não sou perfeita e não tenho espirito de ferro. Pode ser também que isso vem de uma carência infinita. Da onde vem essa carência nunca descobri, mas eu sou fominha, eu quero o endosso de todas as pessoas na minha vida, quero o like de todo mundo que eu gosto nesse post, quero ser vista e não ignorada como a maluca que briga por tudo e ta sempre errada. Quero um pouquinho de apoio, não acho que é pedir muito… mas também, talvez simplesmente seja, não consigo sempre apoiar todos os que gosto também. As vezes simplesmente sou uma pessoa que cai entre o vão, fácil de não ver, fácil de ignorar, que parece que faz todas as coisas boas no vão, mas só sai dele quando é hora de ser dissonante, de ser agressiva, de se machucar. Jamais vou saber porque jamais vou perguntar, porque no momento que eu perguntar, estarei fazendo drama demais e nem todo mundo está pronto pra minha intensidade emocional.
Queria não me sentir solitária no meio de quem eu amo, queria não me sentir esquisita, deslocada, pouco vista. Felizmente hoje em dia tenho o alento do meu namorado que é maravilhoso, mas até ele diz que, vendo de fora, eu sou extremamente querida e requisitada pelos outros. Mas então porque me sinto o contrário as vezes? Eu espero demais? Eu cobro demais? Preciso de reforço positivo a cada segundo e palavras de afirmação pra saber que ainda sou amada mesmo depois que acabo me exaltando? Querer me retrair pra minha toca é um sentimento comum, um o qual sou normalmente alertada que vai me deixar pior, mas até que ponto vale a pena ser odiada por todos, mesmo que isso só seja verdade na minha mente? Vivo em sociedade, então é inevitável essas interações, talvez não faça sentido minimiza-las… Ou talvez eu vire eremita e delete todas as redes sociais e formas de comunicação, só o tempo dirá.
O texto assim saiu tremendamente pessoal e peço perdão pra seja lá quem for ler isso aqui. Eu sabia que isso aconteceria no momento que eu tivesse uma plataforma pra escrever, mas eu sou auto indulgente e não quero mudar isso. Também entre escrever e postar esse texto recebi novamente muito apoio de amigos então sinceramente sei lá.
Num tom mais leve eu comecei a maratonar Mega Man essa ultima semana, terminei 6 jogos nesse meio tempo!!
Mega Man X
Mega Man X é um jogo com o qual eu tenho uma história complicada não chega a ser de ódio, mas de incompatibilidade. o jogo pedia demais de mim e eu não queria me entregar pra ele. a combinação de Dash e Wall Jump sempre me incomodou, eu não gostava dessa suposta liberdade de movimento, me fazia eu me sentir ruim, inapta, péssima e de pouca criatividade.
por isso, fui pro Mega Man clássico e me encontrei lá, lá não tinha ambiguidade, você pula, da tiro e as vezes da slide. não tem dash, não tem wall jump pra eu abusar no level design, é quase como um RPG de turno, eu tenho minha vez de atirar e movimento limitado, vou usar isso, é muito mais seguro e confortável é simples.
pois bem, minha relação com as coisas mudou desde essa revelação com Mega Man X, minha agonia de não ter tudo claro e certinho passou, abracei minha criatividade latente em todo seu potencial, achei que estava pronta pra Mega Man X agora, afinal joguei todos os clássicos pra voltar até aqui né? vai dar bom.
acontece que meu problema grave foi não ter jogado o X logo depois do 6, porque minha mente esta causando uma confusão grande com as sensibilidades do 7, 8, & Bass e 11, os quais claramente tem mais dedinho de Mega Man X do que não. mas vou tentar me transpor num tempo onde só sabia de Mega Man 1 a 6 e falar o seguinte:
Mega Man X não é tão diferente dos de NES em seu level design.
principalmente se levarmos o 5 e o 6 em conta. Alias, estou disposta a dizer que pela quantidade de opção de movimento o level design de Mega Man X é mais estressante e injusto do que o de sua versão baby. ele é cruel, péssimo e malvado. mas você tem o dash, você tem o wall jump, você tem a armadura que diminui 50% do seu dano. a impressão que eu fiquei é ele é o easy mode de um Mega Man clássico, por mais que sua estética mais adolescente tenda a discordar.
a questão aqui é que com contexto maior não me senti impressionada, e ainda acho Mega Man 4 e 5 jogos melhores do que esse. no final das contas, a minha versão de 15 anos atrás encontrou um problema que não conseguiu ser arrumado pelo tempo, ainda é um jogo que me incomoda, me da uma coceira esquisita.
mas ele tem coisas boas, todas as armas de chefe são legais e iconicas, ainda mais a possibilidade de dar charge shot nelas. a interação de terminar uma fase e afetar outra também é impressionante, eu adoro jogos que tem interações indiretas como essa. é um jogo feito com carinho, com outra coisa em mente, com o amadurecimento do mega man não muito diferente de quando sonic adventure teve que brilhar. é um jogo que quis crescer com seu publico, e hoje em dia eu não acho isso ridículo, mas sim carinhoso.
é difícil eu não ser reativa com um jogo tão querido que é utilizado sempre pra mostrar as fraquezas de seus antecessores. queria que não fosse assim, mas é importante pra mim apontar que o que ele tem de diferente ainda não se solidificou aqui tanto, mas creio que vai e creio que vai ser aí que vou gostar de Mega Man X -a série- de verdade
faltou eu falar de musica e é aqui que me assassinam mas a trilha sonora é bem mais fraquinha do que eu lembrava... tem umas MUITO boas mas uma parte enorme é esquecivel
Nesse meio tempo joguei também Mega Man & Bass, 9, 10, 11, X2 e Kirby’s Epic Yarn que são excelente jogos. E também o não tão excelente Mega Man X3 que é meio zoado.
Arte
Menos desenhos num geral, mas mais concentração em uma peça só


Videos que vi
Esse vídeo do Thorhighheels que estava pronta pra discordar totalmente, mas o qual concordei com um tanto de coisa e não sei porque duvidei da sensibilidade dele. Mas ainda assim o que discordei foi forte e fez eu escrever um comentário imenso abaixo do vídeo (ops!)
Recomendação de VGM
Mosquito-Milk - Monkey (Mega Man X5)
Não ligo nada pra quem gosta mais da abertura americana, eu cresci com isso e é muito melhor!!!!!
Takayuki Aihara - Weapon Selection (Drakengard)
A trilha sonora de Drakengard não é uma que acho muito tranquila de se apreciar, principalmente escutando pela primeira vez e dentro do jogo. Considero um gosto adquirido começar a apreciar esses cortes bruscos de samples de musica clássica que tentam ser o mais dissonantes que podem, enquanto ainda possuem uma melodia e intuito próprio. Ah, e essa musica fez parte importante da nossa cultura nacional.
Motoi Sakuraba - The True Mirror (Baten Kaitos)
Motoi Sakuraba continua não vencendo as alegações de que faz a mesma musica sempre indiferente do jogo que for. Mas quem se importa, aqui nessa casa nós respeitamos um kingo.
Peço perdão aos amigos o qual também não li o substack essa semana visto que as coisas estavam péssimas, mas semana que vem voltamos ao normal é isso adeus.